Morre em Maceió o artista Achiles Escobar
Mário Lima – jornalista
Foto Marola
O consagrado artista plástico e pesquisador Achiles Escobar faleceu nesse domingo (27), aos 56 anos, de falência múltipla dos órgãos, no Hospital Tropical de Maceió. Seu corpo será sepultado às 16 horas, no Parque Memorial Maceió, no Benedito Bentes. Achiles foi um dos mais importantes artistas contemporâneos de Alagoas, com mais 30 anos dedicadas às artes visuais, inúmeras exposições individuais e coletivas.
Ele mantinha sua loja Calcanhar de Aquiles, no Mercado Público de Jaraguá, bairro onde viveu toda sua vida. Natural de Cambará, cidade paranaense, Achiles sempre afirmou que na verdade era alagoano da gema e do ovo. Em seu ateliê, nesse mesmo bairro, trabalhava com papel machê, papietagem, lixo urbano. Por meio das aulas e oficinas que ministrava como professor formou centenas de jovens.
Achiles também foi o criador do bloco carnavalesco “Jaraguá é o Bicho” e da revitalização do carnaval, do qual fazia decorações, confecção dos adereços e bonecos gigantes. Uma de suas mais importantes exposições, que marcou sua carreira, foi Civilização Periférica – retratos em retalhos, em 2018, no Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore (MTB), obra selecionada por edital. A obra de Escobar reuniu grafismo, máscaras e mascarados, bonecos, teatro de rua, reciclados, bordados e o Carnaval.
Achiles Escobar também era considerado o mestre das máscaras, principalmente as de Carnaval, que cortava, desenhava, pintava e bordava com todo tipo de material. São máscaras relembram os bailes carnavalescos e também a cultura alagoana, com a presença de chita e franjas. Ele utiliza a técnica de papel colê e machê e o trabalho de pintura manual, o artista plástico fez uso de material reciclável para elaborar as peças decorativas.
“Com esses elementos tento encontrar a fórmula do Amor. O amor pode parecer tão perfeito que é capaz de enganar aos que acreditam que, aonde existe o amor não existe vida. Pura ilusão. Desejos inconfessos, vaidade ciúmes talvez! Nas ruínas habitam corações”, resumiu o autor sobre sua obra.