Prefeito, ouça o Carlito Lima e promova o carnaval
Edberto Ticianeli – jornalista
Vou entrar na onda do Carlito Lima para mostrar com cálculos como a Prefeitura de Maceió poderia investir melhor o R$ 1,5 milhão dos nossos recursos para ter um evento que atinge um público maior que é o projetado para os quatros dias do Festival de Verão.
Destaco que considero esse R$ 1,5 milhão de dinheiro público como investimento da Prefeitura para garantir a parte pública do Festival, que atinge somente 30 mil pessoas por dia ou 120 mil em todo o evento. Não me interessa o público pagante, já que esse alimenta a empresa privada produtora do evento.
Lembro ainda que a Prefeitura vai investir R$ 2 milhões na mesma iniciativa privada para realizar os festejos juninos, poucos meses antes das eleições.
O Carlito estima que 200 mil maceioenses deixam a cidade na busca de carnaval em outras plagas. Pelos seus cálculos, cada um deles deixa de gastar R$ 300,00 por aqui, significando uma perda de R$ 60 milhões para a nossa combalida economia.
Considerarmos, para início de conversa, que as prévias carnavalescas mobilizam mais de 200 mil foliões.
Sim, o pré-carnaval de Maceió existe e leva muita gente às ruas e aos clubes.
Começamos citando os nove bailes: O CARNAVAL DE EDÉCIO LOPES, no dia 14 de janeiro na Pajuçara; 19 de janeiro, NOITE NO HAVAÍ, no Clube Fênix Alagoana; 25 de janeiro, VERMELHO E PRETO no Acrópole; 26 de janeiro, SERESTEIROS DA PITANGUINHA no Centro de Convenções; 27 de janeiro, VERDE E BRANCO no Iate Clube Pajussara; 28 de janeiro, INFANTIL DOS SERTESTEIROS no Centro de Convenções; 4 de fevereiro, MATINÊ DE CARNAVAL no Iate Clube Pajussara; e no dia 7 de fevereiro, PAPEL NO VARAL, Erótico-Carnavalesco no Orákulo.
Temos também eventos como a PANELADA DA ROLINHA, no dia 20 de janeiro na Barrica’s – Ponta Verde; no dia 2 de fevereiro o BLOCO FILHINHOS DA MAMÃE em Jaraguá; e no dia 4 de fevereiro o BLOCO SERESTEIROS DA PITANGUINHA, na Pitanguinha.
Além destes, o pré-carnaval de Maceió, organizado pela LIGA e tendo o apoio do Governo do Estado nas últimas edições, realiza mais três grandes eventos:
JARAGUÁ FOLIA no dia 2 de fevereiro, que promove o desfile de mais de cem blocos e vários shows. Considerado como o maior evento do país em números de agremiações, levando 70 mil pessoas à Jaraguá;
SÁBADO MAIOR no circuito Pajuçara/Ponta Verde, com o desfile de dezenas de blocos e entre eles o dos Amiguinhos do Karlota’s, Pinto da Madrugada, Do Rei, Pecinhas de Maceió, Turma da Rolinha, alguns destes com quase 40 anos de história e responsáveis por mobilizar, em alguns anos, mais de 200 mil pessoas.
BANHO DE MAR À FANTASIA, o tradicional festejo que por décadas ocorria na Praia da Avenida e nos últimos 12 anos acontece no circuito Pajuçara/Ponta Verde. Será no domingo 4 de fevereiro e já tem a participação confirmada dos Blocos Vulcão, Turma da Esquina, Sabaki, Bonecos da Cidade, Porteiros e Zeladores. Nos últimos anos, mais de 20 mil foliões têm acompanhado a festa deste domingo.
Como se percebe, o nosso gosto pelo carnaval tem raízes históricas e permanece vivo, principalmente graças a iniciativa de alguns poucos que não deixaram a folia desaparecer, a exemplo do próprio Carlito Lima, que criou o BLOCO NÊGA FULÔ e há dois anos desfila no circuito Sete Coqueiros/Ponta Verde no domingo de carnaval, este ano no dia 11 de fevereiro.
E o Carlito tem promovido uma intensa campanha para que aconteçam maiores investimentos para termos grandes desfiles durante o Carnaval. Ele tem razão; isso custa caro, mas é possível.
Entretanto é preciso que a Prefeitura da capital ouça os argumentos do Carlito e descubra que não basta investir R$ 80 mil no Carnaval, distribuindo R$ 10 mil por polos nos bairros Pontal da Barra, Ponta Grossa, Bebedouro, Fernão Velho, Benedito Bentes, Jacintinho, Ipioca e Pajuçara.
Com R$ 10 mil se contrata durante o carnaval um palco com som e iluminação e uma orquestra para três horas de apresentação.
Mas vamos aos cálculos: se o prefeito está disposto a gastar R$ 1,5 milhão para 120 mil pessoas no Festival de Verão, por que não pode investir o mesmo no pré-carnaval e no carnaval para atingir um público que pode chegar a 300 mil pessoas?
Dessa forma, os R$ 60 milhões evadidos com o êxodo carnavalesco, como calcula o Carlito, não ocorreria, e se gastos aqui os impostos gerados para o município ultrapassariam o R$ 1,5 milhão, caso consideremos que o ISS de 5% tenha a possibilidade de gerar um máximo de R$ 3 milhões.
Além destes benefícios, evitaria o imenso desgaste de ter uma multidão insatisfeita tentando invadir as áreas pagas do Festival de Verão, gerando confronto com a Polícia Militar e imagens que vão percorrer o Brasil.
Prefeito, ouça o Carlito Lima.