Origem do Corso no carnaval
Edberto Ticianeli
A origem do corso no carnaval é conhecida. Vem dos passeios que a nobreza e os mais abastados europeus faziam em suas carruagens nos dias de carnaval ou mesmo sem carnaval.
As carruagens também estiveram no carnaval brasileiro, principalmente no Rio de Janeiro e nas maiores cidades do país.
Foi no Rio, então capital federal, que ele incorporou automóveis no lugar dos transportes a tração animal. Isso aconteceu a partir do carnaval de 1907, quando as filhas do então Presidente da República Afonso Pena, utilizaram o automóvel oficial do presidente para trafegar pela Av. Beira-Mar.
Naquele ano, o Rio tinha ganho sua Avenida Central e o carnaval tomava impulso, transformando-se em modelo para as outras cidades, incluindo o corso.
Entretanto, a origem do termo corso é controversa.
Há estudos indicando que surgiu a partir de um Bloco cujo nome era Corso, uma expressão que fazia referência aos corsários ou piratas.
Outra possibilidade estudada é a que associa corso a curso, substantivo de origem italiana significando rumo, direção, percurso.
Esta origem me parece mais razoável, considerando que normalmente o corso era realizado nas ruas mais importantes da cidade ou em vias previamente determinadas para tal uso, e muitas vezes fora do carnaval.
Muitos dos trajetos realizados comumente pelos automóveis nos passeios no Rio de Janeiro também eram tratados como corso. Passear no final da tarde, em qualquer época do ano, na Av. Beira-Mar, era estar no Corso.
Talvez explique também a origem da expressão “fazer o corso”, significando “fazer o percurso”.