Tempos bicudos (parte2): Profetas do apocalipse segundo São João Batista
Miguel Gustavo de Paiva Torres
Reza a lenda do Recife antigo que a Torre Malakof, de clara inspiração oriental, foi erguida em homenagem ao fim da guerra da Criméia no século XIX.
Os ricaços e malandros da cidade tinham por uma de suas principais diversões visitar os bergantins que ancoravam no velho porto do Recife para ter notícias do que estava acontecendo na guerra da Criméia.
A palavra Criméia acendia a imaginação e a excitação dos aristocratas do açúcar e dos estivadores e intelectuais da guerreira capital da sonhada Confederação do Equador.
O mundo já era um só. Já estava interligado pelos oceanos e pelas navegações.
Ora pois: viajando no meu carro de boi entre Garanhuns e Washington; a capital norte-americana, sede do grande império construído ao longo do século XIX e XX por um punhado de intelectuais e comerciantes maçônicos ao norte das américas; com intenção de perenidade e eternidade após o feito vanguardista da detonação de bombas atômicas no atrasado Japão do Imperador Deus, ajoelhado em rendição aos novos donos do poder mundial; um único pensamento atormentava os meus neurônios e inquietava a minha alma nessa viagem.
Afinal, como o excêntrico e mentiroso Donald Trump conseguiu retomar, democraticamente, o poder na sede do império.
A Kamala era tão cândida, tão simpática, tão honesta; e assim mesmo perdeu para o gênio do mal. Napoleão também foi um gênio do mal.
Muito simples: a decadência do império e da sociedade norte-americana não é um blá-blá-blá. É fato. E fatos são fatos. Uma minoria letrada, progressista e educada contra uma maioria de caipiras com segundo grau incompleto ou completo às avessas. Money is the name of the game. Money is time, mesmo fora de tempo, no primeiro quarto do século XXI,
Quem ganhou a eleição presidencial em 5 de novembro de 2024 foi Vladimir Putin, Benjamin Netanyahu e o coringa Donald Trump, assessorado pelo cardeal Steve Bannon, Richelieu da proposta de fim do mundo.
Claro que Cristo vai voltar para guerrear com o anticristo, Kim Yong Un, o gordinho brincalhão das máquinas de matar.
Ora pois, nossa Santa Kamala não teve a coragem, nem que fosse elíptica, de condenar o genocídio de mulheres e crianças em Gaza, na Cisjordânia e nas penitenciárias especializadas em pretos dos Estados Unidos da América.
Não teve coragem de sequer citar o nome de Putin ou de Xi Jin Ping. Educada, sorridente, simpática, vinculada aos movimentos identitários de gênero, raça, incapacitados, etc.
Elidiu os trilhões de dólares detonados em guerras sem saída e a continuada desmoralização do governo Biden pelo corrupto assassino NETANYAHU; que considera os Estados Unidos como extensão do braço militar da extrema direita de Israel, e faz o que quer, a qualquer custo, sem qualquer resquício de humanidade.
Ora, a Presidenta tem que ser mulher de fibra. Enfrentar. Assumir o comando das Forças Armadas e liderar uma guerra, no estilo Nancy Pelosi, tão temida por Trump.
Como Martin Luther King, ela tinha um sonho. Martin Luther King levou um tiro na cabeça e no sonho
Kamala pode até voltar. São muitas as suas virtudes. Mas o momento é de mudança no jogo geopolítico mundial.
Com Trump a América joga na lata do lixo Zelensky e o que restou da aventura ucraniana. Joga na lata do lixo a OTAN e a segurança da Europa Ocidental.
Trump gosta de Putin e Putin gosta de Trump. A China vai ser cooptada. Camponeses e caipiras entendem a linguagem e os desejos de camponeses e caipiras. A ver.