Zé Roberto: “O trânsito de Maceió pode ser seriamente impactado com a interdição do acesso à Bebedouro”

Edberto Ticianeli – jornalista

Contexto Alagoas pretende realizar a partir de julho uma série de entrevistas para colocar em relevo os problemas das cidades alagoanas e suas possíveis soluções. Nesta entrevista de abertura, contamos com participação do líder sindical e bancário aposentado José Roberto Mendes do Amaral.

Contexto Alagoas – Nos últimos dias tem circulado nos órgãos de comunicação e nas mídias sociais a informação que foi criado um movimento denominado Coletivo Maceió. Você como um dos coordenadores desta iniciativa poderia explicar quais os objetivos deste grupo?

Zé Roberto quer o Coletivo Maceió contribuindo na solução dos problemas de Maceió

Zé Roberto – Esse movimento surgiu como uma forma de agregar pessoas que queiram discutir seriamente os problemas da capital a partir de uma perspectiva contributiva. Não queremos apenas apontar o que precisa ser resolvido, mas pretendemos apresentar propostas para a solução.

É um movimento sem vinculações partidárias, mas que pretende atuar para fortalecer a militância política nos diversos partidos que têm compromisso real com uma cidade democrática. Não negamos a política e nem os partidos. Queremos apenas melhorar ou qualificar a abordagem dos problemas.

O Coletivo Maceió aspira, em resumo, que o envolvimento com a política se dê a partir de compromissos com a coletividade. Qualquer cidadão que queira contribuir com estes objetivos pode nos encontrar nas redes sociais e se inscrever. Não há formalidades, é um movimento e não uma associação.

CA – Como já vivemos um clima pré-eleitoral nos municípios, mesmo com todos sofrendo os efeitos de uma pandemia, pode-se afirmar que as discussões do Coletivo Maceió serão influenciadas pelas pautas eleitorais?

ZR – Estamos tentando fugir dessa influência, mas inevitavelmente teremos que abordar algumas questões considerando que vivemos em um período pandêmico e de escolha de representantes para o legislativo municipal e dos futuros gestores de Maceió.

Essa situação nos impõe a identificação dos problemas prioritários.

Por exemplo, em uma das nossas últimas reuniões, por videoconferência, ao abordarmos as questões mais relevantes da mobilidade urbana na capital, vimos que estamos prestes a ter alterações impactantes no nosso sistema de transportes.

Quem está acompanhando a ameaça de desabamentos de barreiras entre a Cambona e Bebedouro, sabe que inevitavelmente o trânsito pela Rua General Hermes e Av. Major Cícero de Góis Monteiro será interditado por longo tempo para se evitar vítimas humanas. O transporte por VLT também terá que ser paralisado.

Imagine toda a carga dessas vias transferida para o eixo Av. Fernandes Lima/Av. Durval de Góis Monteiro após o fim da quarentena previsto para os próximos meses, o trânsito de Maceió vai ser um caos.

Para preparar a cidade, defendemos urgentemente a retomada das obras do Eixo Cepa, considerando as melhorias trazidas pelo Eixo Quartel, que foram planejadas como opção viária para o fluxo da Av. Fernandes Lima. As faixas exclusivas para transporte público também funcionaram e devem ser ampliadas.

Mas isso não será suficiente. É hora de abordarmos seriamente a modernização da nossa malha viária e de investir nos transportes de massa, a partir de um Plano de Mobilidade Urbana.

Os Veículos Leves sobre Trilhos têm funcionado bem. Não podemos deixar de lado a possibilidade de também se implantar metrôs, com os ônibus complementando os sistemas integrados.

“A participação política das lideranças da sociedade tem que ser mais qualificada”

O principal vetor de crescimento de Maceió é em direção ao município de Messias, após o Aeroporto. Já temos o complexo Av. Fernandes Lima/Av. Durval de Góis Monteiro/BR 104 como o principal eixo de transportes da Grande Maceió. É possível utilizá-lo para funcionar como tronco do sistema integrado Praça do Centenário/Messias.

CA – Existem recursos para viabilizar estas modificações no trânsito?

ZR – As pessoas normalmente não percebem que a qualidade do transporte público tem reflexo direto na economia. Quero dizer com isso que transporte não é gasto, é investimento. Se estivéssemos numa situação de normalidade, acredito que teríamos mais dificuldades para conseguir recursos, mas estamos prestes a viver momentos de crise.

Sem o VLT, ônibus, motos e automóveis transitando pela Rua General Hermes e Av. Major Cícero de Góis Monteiro, Maceió vai parar. Essa situação vai permitir que as soluções emergenciais recebam também recursos federais.

Como se vê, um grande problema pede uma solução de mesma monta.

Edberto Ticianeli

Jornalista e Produtor Cultural. Ex-secretário Estadual de Cultura. Editor dos sites História de Alagoas e Contexto Alagoas.

2 comentários em “Zé Roberto: “O trânsito de Maceió pode ser seriamente impactado com a interdição do acesso à Bebedouro”

  • 2 de julho de 2020 em 17:48
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    Seria interessante q tivéssemos um órgão ligado à prefeitura de Maceió q administrasse nosso trânsito, criando alternativas de tráfego para o volumoso trânsito de Maceió.

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  • 3 de julho de 2020 em 05:25
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    Vejo que a nossa capital não está preparada para esse crescimento de veículos logo o rodízio de carros vai ser necessário.

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