Circo de agonias
Miguel Gustavo de Paiva Torres
Foi uma cena mais triste do que a descrita pela velha música que lamentava o churrasquinho de mãe na volta do peão para o seu pobre casebre em chamas.
Foi um churrasquinho de 300 mil mães, avós, pais, mães, irmãos, irmãs, filhos e filhas, amigas e amigos, enfim, 300 mil cadáveres incinerados na loucura de um grupo de sociopatas que transformou o governo do Brasil em um asilo de loucos ferozes e agressivos.
No Senado da República, dia da marca dos 300 mil, um barbudo com pose de intelectual bonzinho disfarçava o seu desequilíbrio mental profundo afirmando aos senadores que fazia um excelente trabalho para a representação do Brasil no Concerto das Nações.
Sério, afirmou que construiu irretocáveis relações com as duas mais importantes superpotências do mundo: China e EUA. Até o Diabo riu. Pediram sua renúncia. Disse que não renunciava. E não renunciará.
Não renunciará porque o Ministério das Relações Exteriores do Brasil não pertence ao povo brasileiro e muito menos aos comunistas que fazem oposição ao seu grupo ideológico, que prega o genocídio em massa com a cumplicidade de médicos transtornados pela própria incompetência humana e científica.
O Ministério das Relações Exteriores é propriedade de Eduardo Bolsonaro, escrivão da polícia federal eleito deputado por São Paulo, que se acha merecedor deste Ministério como recompensa por seu afeto e trabalho para eleger o pai, presidente do Brasil, nação que completa, em chamas, 200 anos de soberania internacional e autonomia política em 2022, império e república que já foi.
A senha já foi dada. “Tudo tem limite”, é a senha. Falta dar início imediato ao processo de impeachment sumário. Seguindo os protocolos que foram aplicados ao processo de impeachment sumário de Fernando Collor de Melo em 1992.
Não há tempo para CPIS porque não há vagas nos hospitais e nos cemitérios. Os corpos estão nas ruas e em caminhões frigoríficos. Mas os loucos não entendem. Não querem saber. Ainda acham que estão montados no cavalo branco de Napoleão. Nem mesmo 500 mil mortes ou um milhão de mortes farão eles descerem do cavalo trotando nos corredores do hospício. Loucos são loucos. Foice na mão.