Esse cara é escroto!
Sérgio Braga Vila Boas
Esse “cara” é escroto
Muito escroto
Esse “cara” é escroto
Muito escroto
(Refrão da música “Bolso Nada”, do grupo Francisco, El Hombre)
Desculpem, não costumo escrever nestes termos, mas esse “cara” é uma mala sem alça, muito escroto!
Quando era criança, lá na Rua Barão de Alagoas, bairro da Levada, sempre tinha aquele “cara” escroto de plantão. Aquele “cara” que não dava uma dentro! Acordava cedo a fim de ter mais tempo para dizer besteiras. Cântaros de asneiras! Sim, também era raivoso.
Esse “cara” já acorda despejando um mar de abobrinhas, espumando e disseminando cizânia. Incapaz de construir uma só, uma só frase perdida, que insinue paz, sossego, conforto.
Seria bom que além do estado exceção, estado de calamidade pública, a letra da lei previsse também o estado de depressão. Depressão coletiva. Esse “cara” ainda vai fazer com que as autoridades sanitárias adicionem além de cloro, rivotril na água.
E quando fecha a matraca por alguns minutos, vem o 01, 02, 03, ou o 04 que fala pouco mas cospe no rosto da mãe, para substituí-lo, com alta performance.
Raymundo de Lima, professor do DFE-UEM e membro da BFC-Centro de Psicanálise, de Curitiba, ao escrever o texto “Tolerância Zero ao Protofascismo”, em que, com base em Umberto Eco, Simone de Beauvoir e Slavoj Zizek, propôs oito pontos de distinção entre fascismo e nazismo. Vamos aproveitar um dos pontos ali propostos:
“Enquanto o desacordo é sinal de diversidade, o protofascista pretende alcançar o consenso explorando o medo e a angústia das pessoas. O ambiente de trabalho, por exemplo, é lugar escolhido para gerar intrigas, divisões. Há estudos que trabalham com a hipótese de que espaços movidos pelo espírito protofascista produz mais esquizofrenias paranoides que os outros. Assim como existem seres humanos “terapêuticos“, que fazem bem aos outros, também há personalidades perversas que tem a capacidade de causar desarmonia social, desequilíbrio psíquico e atravancar o andamento de projetos, desenvolvendo: desconfiança, ressentimento, inimizade, sensação de pavor, de perseguição ou paranoia”.
Digam-me senhores, não é a cara do “cara”?
Quando esse “cara” não tem nada para fazer, faz uma ameaça, à moda daquele menino chato e “buchudo” e mequetrefe da Rua Barão de Alagoas: “vou dizer à sua mãe”, “vou chamar o meu irmão”, “vou lhe pegar”, e, empedernidamente covarde, desfaz a ameaça no primeiro aperto. E, quando não faz a ameaça, vem o 01, 02, 03, ou mais alguém da corja, e faz.
É o presidente da república, mas não tem nada, absolutamente nada a ver com qualquer coisa que ocorra no país. Geralmente culpa o STF, os governadores, prefeitos, o PT, a esquerda, os comunistas, os macumbeiros, a mamadeira de piroca.
O “cara” é o dono do galinheiro. Morre doente uma galinha: não é com ele. Outra põe ovos: não é com ele. Outra é devorada por raposas: não é com ele. O teto do galinheiro cai: não é com ele. Entendeu? Não? Nem eu.
Também costuma delirar: vê sempre em marcha uma conspiração, uma rede secreta de conspiração contra ele! Os supostos conspiradores são uma rede internacional composta por comunistas, gays, professores, negros, o fantasma do Paulo Freire, George Soros, os chineses, e, provavelmente, a cega Dedé.
Ele também mente. Mente e distorce cotidianamente. Diz que fez o que não fez e que não fez o que todos viram que fez.
Isso me lembra uma cena do filme “Irma La Douce”, quando Nestor (Jack Lemon) está descarregando um caminhão frigorífico, e Irma (Shirley Maclaine), por quem era apaixonado e para quem se passava por rico, dá de cara com ele no momento em que descarregava um porco:
— O que é isso, o que você está fazendo com esse porco nas costas?
— Porco? Que Porco? Ai meu Deus, tira esse bicho daqui!
Enfim, esse “cara” é uma verdadeira hecatombe. Um poço de ódio e ressentimento. É a caricatura de um ser humano que não serve para nada.
Reuniu em torno de si o banditismo político, o obscurantismo religioso, o preconceito étnico e sexual. Agregou os integralistas, monarquistas, nazifascistas, a iracunda TFP.
É uma espécie de caricato para lá do ridículo do Chapolim Colorado.
Arre!
Tenho que concordar! A palavra é escroto! Mas, é principalmente: FORA BOLSONARO! FORA MOURÃO! E TODO SEU GOVERNO ESCROTO!