O Globo da Morte
Miguel Gustavo de Paiva Torres
Circos familiares estão entre as diversões populares preferidas há milênios em todo o globo terrestre: nosso planetinha azul. Quem não se recorda das alegrias que nos foram proporcionadas, entre outros, pelos Circos Garcia e Tihanny no século passado? A novidade brasileira, no século XXI, é o sucesso de um novo tipo de circo: o circo da família Bolsonaro e dos seus mundialmente famosos e incomparáveis motoqueiros no Globo da Morte.
Chegamos ao dia 13 de junho de 2021 na mais completa exaustão: sanitária, política, emocional e psíquica. Mais de 482 mil mortes e a terceira onda nadando de braçadas na história da irresponsabilidade no Brasil. Políticos, jornalistas, publicitários e, pasmem, médicos, envolvidos numa teia de mentiras remuneradas para incentivar a disseminação de uma doença mortal no país. Milhares continuam nas filas por leitos de enfermaria e de UTI.
Continuam convocando suas macabras motociatas, desafiando a morte com suas próprias vidas e as dos seus familiares. Enquanto isso grande parte da população assiste, ansiosa, as sessões da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal para apurar responsabilidades pelo cataclisma sanitário e assassinato de seus familiares, amigos e amigas. Em agosto chegaremos a 750 mil mortes vaticinam nos meios acadêmicos europeus e norte-americanos.
Uma CPI que está servindo como fonte primária para todos aqueles que pesquisarem o que aconteceu no Brasil durante a grande pandemia da Covid-19 nos anos de 2020 e 2021, quando o país passou a ser governado por uma família que, incialmente vinculado aos grandes tubarões predadores da República, está armando parte da população para defender o seu projeto de instalação de uma ditadura, excluindo parlamento e judiciário da tríade do poder.
Usam e abusam do dinheiro público em campanha eleitoral antecipada a jato, em motos e lombos de jegues; disseminam mentiras e manipulam a política atolada na lama das estradas da nação. Aglomerações mortais promovidas pelo cinismo presidencial no interior do Piauí, Maranhão, Rio de Janeiro, São Paulo e, pasmem, a bordo de um avião comercial de passageiros da companhia aérea AZUL lotado de candidatos à infecção pela variante delta do Covid mortal.
Avião prestes a decolar em Vitória recebe a visita da besta do Apocalipse. Esta seria a manchete se jornal, revista ou TV eu possuísse, dirigisse ou editasse.
Tiveram uma vitória de Pirro antecipada com a eleição de um presidente da Câmara dos Deputados que dá apoio a esse projeto pessoal e familiar, em troca de dinheiro para as obras do seu grupo político; o famoso Centrão liderado pelos ladrões contumazes Valdemar da Costa Neto, Ciro Nogueira e Roberto Jefferson, entre outros.
Para dirigir a orquestra parlamentar designaram como escudeiro um ambicioso deputado federal das Alagoas que, como seu colega de parlamento; um rábula de nome Rogério, vão se enforcar dançando rumba na árvore envenenada e podre do bolsonarismo de circo do interior.
Em suas redes sociais de agressões e de baixo calão continuam promovendo o assassinato em massa da gente inocente deste país, que é agredida diariamente por grupinhos corruptos que pensam, de modo calculado e desastroso — porque mal sabem somar, dividir, ler ou escrever —; que podem planejar a tomada do poder pela fraude e pela força.
Querem usar parte das Forças Armadas do Brasil e o dinheiro dos nossos impostos para urdir um golpe regado a vinhos caros e whisky escocês com queijo, torresmo e farofa. Vão cair. Vão se esfarelar. Queimar no fogo do inferno por toda a eternidade. Assim seja.