Desmitificando um canalha olímpico

Adriano Argolo

Pierre de Frédy (Paris, 1 de janeiro de 1863 — Genebra, 2 de setembro de 1937), conhecido nas quebradas como barão de Coubertin ou Pierre de Coubertin — ficou conhecido por recriar os jogos olímpicos —, precisa ser desmitificado e ter revelado seu caráter nazifascista, racista e apoiador, desde os primeiros minutos, de Hitler.

Coubertin era um canalha nazista e corrupto! Recebeu 10 mil marcos alemães em 1935 para manter as olimpíadas nazistas de 1936.

Ele estava na tribuna do estádio olímpico de Berlin no dia 1º de agosto de 1936, fez a saudação nazista e era só sorrisos… Coubertin, ao lado de Hitler, ouviu e vibrou com a orquestra regida pelo nazi Richard Strauss e deu pulinhos de alegria quando Hitler adentrou o estádio saudado pela massa alemã.

Ah, uma curiosidade: nesse dia, vergonhosamente, a delegação brasileira também fez a saudação nazista no estádio olímpico para Hitler. Em defesa da representação do Brasil, um atenuante: só os atletas americanos e ingleses não fizeram. Todos os demais fizeram a presepada para o canalha.

Frédy, seu nome de família, era um nazifascista assintomático, mas com a ascensão do marginal Hitler ao poder, se tornou amigo, colaborador e nazi assumidíssimo.

Em 1931, um ano antes das olimpíadas de Los Angeles, Berlin foi escolhida como sede das olimpíadas de 1936. Era uma forma de reconciliação com a Alemanha, depois das terríveis batalhas da primeira guerra.

O mundo queria se aproximar da Alemanha e as olimpíadas eram uma sinalização clara dessa intenção. Porém, dois anos depois, em 1933, Hitler assume o poder e logo transforma a frágil democracia alemã em uma ditadura.

Estabeleceu uma série de leis e ações abertamente racistas, onde a tônica era perseguir, torturar e matar seus adversários políticos. Diante desse quadro gravíssimo, vários atletas e alguns países promoveram uma campanha de boicote aos jogos olímpicos de Berlin.

Porém, Pierre de Frédy, o tal barão de Coubertin, presidente honorário dos jogos olímpicos e maior liderança deste evento, contando com o apoio do francês Henri de Baillet-Latour, presidente do Comitê Olímpico Internacional na época, fez de tudo para que os jogos de Berlin fossem realizados.

Nessa cruzada, convenceram o presidente do Comitê Olímpico Americano, Avery Brundagem, outro canalha — foi presidente do COI de 1952 a 1972 —, a não realizar o boicote e ainda ameaçar os atletas americanos que estavam pregando a não participação nos jogos.

Coubertin foi decisivo para a manutenção de Berlin como sede, mesmo já se sabendo dos crimes nazistas.

Já se sabia que em 1933, que Hitler e seus “xeleléus’ haviam proibido qualquer judeu, cigano, comunista, negros e homossexuais de pertencerem a qualquer entidade esportiva alemã.

Já se sabia que os judeus estavam proibidos de casar com alemães e das barbáries cometidas pelo regime.

O boicote era tal que se chegou a organizar, para acontecer na mesma época dos jogos de Berlin, os Jogos Olímpicos da Liberdade em Barcelona.

Alguns historiadores espanhóis registram que duas semanas antes da realização dos jogos alternativos previstos para Barcelona, Coubertin teve um encontro com Francisco Franco e faltando uma semana para acontecer os jogos de Barcelona, ele deflagrou um golpe de Estado, dando início à guerra civil espanhola.

Coubertin, que trabalhou intensamente para promover os jogos de Berlin, foi recompensado por este “esforço”.

Recentemente se descobriu que, em 1935, ele foi agraciado pessoalmente por Hitler com um “comissionamento” de 10 mil marcos alemães em reconhecimento por sua “dedicação” aos jogos de Berlin.

Coubertin foi um nazi corrupto, recebeu dinheiro nazista para, com seu prestígio e força política, levar países a participarem dos jogos olímpicos de verão em Berlin. Essa é a verdadeira face do canalha Coubertin!

Edberto Ticianeli

Jornalista e Produtor Cultural. Ex-secretário Estadual de Cultura. Editor dos sites História de Alagoas e Contexto Alagoas.

Um comentário em “Desmitificando um canalha olímpico

  • 16 de julho de 2021 em 14:02
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    GOVERNO BOLSONARO É UMA RÉPLICA DESSA BRILHANTE NARRATIVA.

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