Quem ainda lê revistas nas salas de espera de consultórios?

Edberto Ticianeli – Jornalista

Lembram daquele monte de revistas velhas sempre bem arrumadas sobre um centro na sala de espera de um consultório?

Elas continuam lá, mas ninguém mais as lê. As tradicionais Caras, Contigo e Veja devem desaparecer logo destes ambientes.

Da mesma forma acredito que não vai durar muito tempo aquela televisão presa à parede, normalmente sem som e sintonizada em um canal aberto.

Estes habituais entretenedores não são páreos para os poderosos iphones e androids.

Estive em um consultório médico esta semana e todos os pacientes na sala de espera, inclusive eu, estávamos correndo o dedo sobre a tela de um celular enquanto Ana Maria Braga se esforçava para fazer um pastel.

Sobre o centro de vidro, na capa de uma Veja, o ministro Gilmar Mendes me olhava implorando um pouco de atenção. Ficou lá, ao lado da Xuxa, que ilustrava uma Contigo de 1998.

Um pouco mais acima, Caras anunciava a separação de um casal famoso. Pelo estado da revista imaginei que seria o divórcio entre Garrincha e Elza Soares.

O impressionante é que tem muito profissional que ainda não percebeu essa mudança e insiste nos revisteiros e na TV muda.

Talvez fosse mais útil para os pacientes oferecer-lhes um bom serviço de Wi-Fi.

E a TV? Pode ser adaptada e tentar sobreviver. Que tal exibir documentários ligados à área específica do atendimento daquele consultório. Eles existem e estão disponíveis no Youtube. Basta programar a lista de exibição.

Enquanto isso, aumenta o número de pacientes com dores no pescoço por passar muito tempo olhando para baixo, onde sempre está um celular.