Bolsonaro: corrupção acima de tudo e de todos
Edberto Ticianeli
Ter empresa em outro país, por mais que seja uma prática associada à corrupção, não é ilegal se declarada às instituições de controle do país.
No caso do ministro Paulo Guedes e da sua Dreadnoughts International com US$ 9,54 milhões, o problema está no descumprimento do primeiro parágrafo do artigo 5º do Código de Conduta da Alta Administração Federal, de 2000.
‘‘Artigo 5º § 1º. É vedado o investimento em bens cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão ou política governamental a respeito da qual a autoridade pública tenha informações privilegiadas, em razão do cargo ou função, inclusive investimentos de renda variável ou em commodities, contratos futuros e moedas para fim especulativo, excetuadas aplicações em modalidades de investimento que a CEP venha a especificar.’’
Funcionários públicos de alto escalão não podem manter aplicações financeiras passíveis de serem afetadas por políticas governamentais. Dez dias antes de assumir o cargo, Paulo Guedes teria que declarar à Comissão de Ética Pública (CEP) os seus investimentos.
Mas o ministro não tem medo de nada pelo seu gigantismo e fortaleza (dreadnoughts). Afinal, é um dos cabeças de um governo em que a negociata e a corrupção estão acima das vidas e Bolsonaro tenta esmagar a todos.