Tiro ao pato em Moscou
Miguel Gustavo de Paiva Torres
Foto de Alan Santos
Quarenta e três por cento da população da Rússia apoia a entrada do país na Ucrânia e na guerra. Quarenta e três por cento são contra. Sessenta e nove por cento apoiam o Chefe da Rússia. São os dados da pesquisa que Vladimir Putin teria em mãos, segundo notícias divulgadas em Moscou. O que vai fazer só ele sabe.
Até o final de fevereiro a neblina provocada pelo fogo e cinzas dos jogos de guerra deverá se dissipar. Afinal, a Ucrânia não passa de uma vitrine para a demonstração de poder da velha Rússia, que nasceu e ainda vive ali.
Só quem nunca estudou história não sabe que a Ucrânia nunca deixará de ser parte indivisível da alma russa, brancos ou vermelhos. Só a geração dos millenials acredita ser ocidental e europeia, fascinada que é pelo consumo, luxo e riqueza das postagens no Instagram.
Enquanto Biden e o seu burocrata chanceler Blinken passeiam no pasto dos girassóis da Rússia como vacas sem chocalhos, perdidos e sem rumo, gritam, ameaçam, ora pois — como dizem lá no norte de Portugal —, Putin já está escanteando simultaneamente a França com o seu Exército privado “Wagner”, na República Centro Africana, no Mali e no Burkina Faso, ao mesmo tempo em que a China joga bilhões em todo o continente africano e na rota da seda asiática. Se o Biden tem a Índia no seu guarda-chuva, o Putin tem o Paquistão. Se o Biden tem o déspota da Arábia Saudita como peão, o Putin tem no Irã a sua mão nuclear se alongando no Oriente Médio.
Nem tudo é o que parece. OTAN? Ora pois, estão de brincadeira no quintal do Putin. A guerra é mundial. Entendeu Pancrácio? Parece que não.
E lá vem o Bolsonaro elogiando a soberania e a autonomia da Ucrânia. Show de equilíbrio diplomático, comentam no Palácio do Planalto os generais Heleno, Ramos e Braga Netto, grandes estrategistas do Exército de Caxias.
Flávio, Eduardo e Carlos estão animadíssimos com uma possível mãozinha da Rússia nos seus “inocentes” projetos de decuplicar a guerra cibernética no Brasil contra as urnas eletrônicas, comunistas, ambientalistas, Rede Globo, gays, negros — aliás o tal do Mário Frias não consegue sair do armário e o preto retinto e careca da Fundação Palmares odeia negros. Odeia. Nem tudo é o que parece, como já disse.
Mas vamos falar de amenidades.
Ninguém sabe quanta gente está contaminada e entubada pela Ômicron na Rússia. Só o Putin e, talvez meia dúzia de assessores sabem. Por isso o Macron parecia um menino doente e infectado na foto e no vídeo divulgados pela comunicação russa para a África e resto do mundo.
Agora o Macron decidiu ir de energia nuclear novamente. A eleição presidencial é em abril, faltam dois meses. Deve perder, dizem as pesquisas. É bom sempre ter pesquisas confiáveis na mão, dizem os estrategistas do Kremlin.
Ora pois, vamos ver como se sai o esperto Bolsonaro nas fotos e nos vídeos do Putin. Tem gente que ainda acredita que diplomacia e política externa se fazem com Comunicados Conjuntos, palavras vagas e anódinas. Ora pois, já está na hora de caírem na real. Ah, já ia esquecendo de comentar: o tal do ladrão do Salles, ambientalista de carteirinha, quer ser eleito deputado federal.