O carniceiro de Moscou

Miguel Gustavo de Paiva Torres

Vladimir Putin está acuado, raivoso e desequilibrado. Vivo, em seu mausoléu branco no Kremlin, lembra Adolf Hitler em seus últimos dias no bunker em Berlim. Ontem, no quarto dia da sua até agora fracassada invasão para tomada da Ucrânia, ameaçou o mundo com o cogumelo atômico. O Ministro da Defesa da Federação Russa, ao seu lado, arregalou os olhos na direção do chefe demonstrando incredulidade e desconforto com um blefe que pode não ser blefe.

George W. Bush, ao regressar de visita à Moscou, nos primeiros anos do governo de Putin, disse que não o tinha como inimigo do Ocidente porque havia visto no fundo dos seus olhos uma alma boa, sincera e honesta. No Congresso, em Washington, o ex-prisioneiro de guerra no Vietnam e senador, John McCain, colega de Bush no Partido Republicano, rebateu as impressões de W. Bush dizendo que o que ele havia visto em Moscou foi um homem “baixinho, cruel e com olhar aterrorizador”.

Este homenzinho acreditava que tomaria a Ucrânia com um cabo e dois soldados, seguindo a estratégia militar do filho do seu aliado tupiniquim na chefia da tribo brasileira, Jair Messias Bolsonaro. Doidos conversam e se entendem. Psicopatas amam seus iguais. Suas almas são espelhos dos seus mais sombrios e escuros sentimentos de morte e destruição.

Putin deu ordem para atacar em todas as direções e apontou seus mísseis para todo e qualquer ser vivo que se metesse no caminho dos seus tanques na Ucrânia,  ameaçando destruição nunca vista aos que, de fora tentassem impedir sua marcha para subjugação completa do território e povo que afirma ser parte da sua Rússia imperial.

Queria desestabilizar e foi desestabilizado pela resistência brava e guerreira do povo ucraniano, homens e mulheres, militares e civis, todos em armas, matando russos. Jovens   inocentes jogados aos leões pelo carniceiro de Moscou. Seus cadáveres ao relento nas ruas de Kiev e de Kharkiv, congelados na neve do inverno ucraniano. Nervoso, incontrolável, desequilibrado e transbordando de ódio, o Chefe de Estado russo não admite humilhação. Está disposto a cruzar o limite do racional e mergulhar na irracionalidade da guerra nuclear.

Com guerra nuclear ou sem guerra nuclear, a esmagadora maioria do povo brasileiro está solidária e torce pela Ucrânia, terra que enviou centenas de milhares dos seus filhos emigrados para contribuir com a formação e prosperidade da nossa jovem República no século 19 e no século 20. Hoje, são orgulhosos cidadãos brasileiros que assistem a uma resistência heroica na pátria dos seus ancestrais. Devem estar perplexos com o apoio pessoal pouco dissimulado do presidente do Brasil ao carniceiro do seu povo.

Edberto Ticianeli

Jornalista e Produtor Cultural. Ex-secretário Estadual de Cultura. Editor dos sites História de Alagoas e Contexto Alagoas.

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