Circo em chamas
Miguel Gustavo de Paiva Torres
O palhaço, dono do maior circo do planeta, jogou gasolina, ateou fogo e se mandou para sua casinha à beira-mar em Mar-a-Lago, cercado pelas águas cristalinas do Atlântico caribenho.
Para não acertar contas com o fisco e os sócios, matou a todos: elefantes, leões, macacos, equilibrista e trapezista. Matou também a linda bailarina acrobata da Eslovênia.
O palhaço escapou saindo de fininho, mas caiu nas garras do FBI. Burro, foi seguir os conselhos de uma turma que o convenceu a fazer mágica para roubar muitos e saquear a todos.
Seguia a receita dos antigos alquimistas da política pré-romana, retirada do velho e surrado livro roubado de um alfarrábio decadente no mercado do Campofiore em Roma.
Fórmula, que adotada imediatamente por trapaceiros do e-marketing, ganhou adeptos na capital da nova Roma, Washington, cruzou a fronteira do Rio Grande e se expandiu até a bela praia de Nossa Senhora de Copacabana.
Enquanto o circo pegava fogo em Washington e Nova Iorque, os trapaceiros, que queriam transformar areia em ouro, seguindo o manual da alquimia política, tentavam desesperadamente apagar o princípio de incêndio no circo brasileiro.
Burros, mas ladinos, levaram metade da população do país e as forças armadas a apoiar os esforços para conter o fogo que não parava de pipocar.
Foi uma chuva torrencial de pipocas. Aparentemente apagaram o fogo, mas ficaram assustados quando levaram o Palhaço de Washington e seus acólitos às barras dos tribunais.
— Vamos tocar fogo nos tribunais e salvar o nosso cirquinho —. É por aí, gente, que vamos salvar nossos bichos e nosso ouro.
“Sete, sete, sete, atira prá valer e quebra o pau, mano”, como dizem os milicianos.