A praga das ratazanas
Miguel Gustavo de Paiva Torres
Crise, aprendi com o amigo Mário Aloísio. ainda na adolescência, é palavra que vem do sânscrito e significa depurar. Serve para destruir e reconstruir.
Foi pensando nesse saber que assisti, estarrecido, mas não surpreso, à invasão da nossa capital federal por hordas bárbaras recrutadas por ratazanas esfomeadas por sangue, dinheiro e poder.
Destruíram os templos republicanos na Praça dos Três Poderes, no Planalto Central, arduamente conquistado para a consolidação da civilização brasileira por gente simples, boa e generosa que chegou ao cerrado com o espírito da esperança e da construção do país do futuro.
A horda tresloucada extravasava o que tinham assimilado nos quatro anos de doutrinação: tentava instaurar violentamente a Ditadura das Ratazanas.
Essa massa humana espalhada por todos os rincões do Brasil fora convencida a seguir um comandante, obedecer a um comando único sem contestação e sem discussão, no melhor estilo do defunto stalinismo soviético.
Militares, policiais e pastores se associaram para um golpe de estado que entronizaria um Rei fundador de uma dinastia familiar, que regressaria de Orlando, na Florida como um messias e governaria o país até o final dos tempos.
Foi com fervor histérico e furioso que aceitaram a verdade única, absoluta: democracia é o regime do mal liderado por ladrões chefiado pelo grande Ladrão; demônio disfarçado a ser abatido de qualquer modo e por qualquer meio.
Abriram uma crise sem precedentes. Todos aqueles que sonhavam com o poder absolutista, em qualquer espectro político, perderam o rumo e o prumo.
Depois da quebradeira não haverá esconderijo possível para as ratazanas do Poder. Nem nos porões da ditadura. A depuração será feita democraticamente, à luz do sol e com a espada da Lei.