Tabata Amaral, São Paulo capital, Brasil
Miguel Gustavo de Paiva Torres
São Paulo, a terra prometida, habitada por antropófagos, modernistas, futuristas, nada mais é do que a incorporação da alma e do corpo físico das brasileiras e brasileiros em um espaço geográfico abençoado por Deus, do tamanho de uma Argentina.
Por isso a eleição para a prefeitura e a disputa pela liderança política dessa megalópole, assim como na Cidade do México, no México, ressoa no futuro político e social do país por completo, do Oiapoque ao Chuí.
Tenho acompanhado de perto os debates, as pesquisas e, principalmente, as tendências eleitorais da vibrante e às vezes sombria capital do capital financeiro e humano da maior cidade da América do Sul.
A maior cidade da América Latina ainda é a esplendorosa e mortífera Cidade do México.
Ambas megalópoles são o retrato da inventividade, criatividade, grandeza, alegria, miséria e tristeza dos seus habitantes; ainda imersos na terrível enganação dos falsos profetas da política e na brutalidade implacável do crime e do Estado; armado por forças soberbas e tão cruéis quanto as norte-americanas, russas. europeias ou chinesas.
O Estado de São Paulo, motor e locomotiva do Brasil na era industrial, hoje é o agro pop da nossa opção pela agricultura na era tecnológica e virtual do mundo bárbaro e fragmentado das armas nucleares e das espaçonaves e automóveis de brinquedo do riquinho Elon Musk, pretenso dono do Universo.
Deus do capital e do show pirotécnico da política mundial.
Esse caldeirão paulista que criou Mazzaroppi, Jeca Tatu e o primeiro império cinematográfico do país, também gestou as cobras e escorpiões do Butantã e políticos de picadeiro de circo como Jânio Quadros, Ademar de Barros, Paulo Maluf, entre outros à direita e à esquerda.
Todos dispostos a enganar o distinto público.
Agora o cenário é outro: na era do piroceno, com o país em chamas, o primeiro palhaço das novas gerações é conhecido como Pablo.
Pablo Henrique Marçal, feito na medida exata da ignorância e do resiliente machismo de um grupo ainda grande de eleitores primatas.
No meio, o de sempre, o populismo revisitado por Trump e Bolsonaro, cada um em seu quadrado, nas mãos de Nunes e Boulos, os mais palatáveis para a feijoada política do Bolinha, ícone da gastronomia paulistana.
Na frente; anos luz, vanguarda do futuro possível uma jovem menina, flor da natureza, nascida e criada na dureza da periferia violenta e miserável da cidade, que se erigiu em mulher educada, preparada, competente e disposta a lutar, não por ela, mas por todos, no círculo no qual é possível transitar na arena do coliseu da política brasileira.
Pior defeito: ser a melhor, a mais séria e a mais preparada para tirar o Brasil da lama e do atraso mental e social em que está afundado.
Se São Paulo ainda não está preparado para eleger Tabata Amaral como gestora de sua capital; o futuro do Brasil, segundo indicam as tendências atuais, ainda não está no horizonte visível.