ONU: o óbvio ululante
Miguel Gustavo de Paiva Torres
Como qualquer assembleia nacional, a Assembleia Geral das Nações Unidas deve ser a última instância decisória da nova Nações Unidas em todos os aspectos da vida internacional, inclusive no principal: guerra e paz. Como fazer; são os especialistas em regimentos e procedimentos que devem se debruçar sobre o tema com urgência e definir o modelo de decisão. O Parlamento Europeu é um instrumento a ser exaustivamente analisado.
O Conselho de Segurança seria nivelado às demais Comissões da ONU, com o objetivo apenas de discutir e sugerir formas de implementação das propostas e emendas levadas à Assembleia Geral, sem o DIREITO A VETO.
Essa Comissão pode ser alargada, tendo por referência a Comissão Econômica e Social da ONU e outras, sem possibilidades discriminatórias, a não ser as determinadas pelo novo estatuto do clube global, como, por exemplo, ter suas obrigações financeiras com a entidade em dia.
O Brasil mesmo foi um dos maiores inadimplentes da velha e carcomida ONU nos últimos 50 anos, época em que acompanhei o assunto na minha atividade diplomática. É preciso humildade, igualdade de propósito e correção de rumo.
Alargar o Conselho atual, mantendo veto de quem já tem direito a veto ou incluindo dois países da África, dois da América Latina, Alemanha e Japão, todos sem direito a veto, e nada é a mesma coisa. O momento certo de correção de rumo e a implementação da efetividade de uma nova ONU já está quase fora do alcance dos ponteiros do relógio da vida ou morte.