Globo perde a batalha nas mídias sociais: seu “Tigrão” foi reduzido a “Tchutchuca”
Edberto Ticianeli – jornalista
Foto do Estadão
Mais grotesco que o papelão desempenhado ontem (3) pelo ministro Paulo Guedes durante a audiência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara foi o malabarismo jornalístico executado pela Rede Globo na tentativa de transformar o desastre numa performance vitoriosa.
O contorcionismo Global tem uma justificativa: as empresas dos Marinhos batem no Bolsonaro por motivos “publicitários”, mas querem preservar as boas relações com quem tem poderes diretos sobre o mercado financeiro.
Aliás, a Globo não esconde que tem “atração” enorme por ministros da Fazenda, sem se importar muito com os presidentes. Foi assim com Dilma, Temer (Henrique Meirelles) e agora com Bolsonaro (Paulo Guedes).
Para melhor entender o crescente interesse da empresa sobre os guardiões da economia basta ver o balanço de 2015 da Globo Comunicações e Participações.
Esperava naquele ano uma receita líquida de R$ 17,96 bilhões, semelhante à de 2014, mas teve R$ 16,04 bilhões, encolhendo 10,7%.
Sofreu prejuízo com a queda do arrecadado com publicidades? Não!
Seu lucro líquido cresceu aproximadamente 30%.
Foi salva pelas aplicações financeiras em dólar e pelos juros mais altos.
A Globo é cada vez mais uma operadora do mercado financeiro, utilizando principalmente o acesso às informações privilegiadas e o poder de fazer flutuar o dólar a partir da manipulação das instabilidades políticas.
O problema enfrentado por seus esforçados jornalistas é o de conseguir encontrar seriedade e o mínimo de articulação entre as medidas adotadas pelo inexperiente ministro “da casa” e o resto da trupe bolsonariana.
Em resumo: a Globo quer eliminar a galinha, mas não quer perder os seus ovos de ouro.
Se continuar assim, vai perder até a granja.
Nas redes sociais, o protegido Paulo Guedes foi ridicularizado.
Seu nome sempre aparece ao lado de “tigrões” e “tchutchucas”.