Cultura alagoana perde Leda Lins

Edberto Ticianeli

Faleceu nas primeiras horas da manhã de hoje (4) em Pão de Açúcar, Alagoas, a professora Maria Leda Lins da Rocha, mais conhecida como Leda Lins. Nascida em Maceió, tinha 72 anos de idade (14/10/1949) e foi encontrada sem vida em sua residência por sua cuidadora.

Leda teve uma longa e dedicada passagem pela Secretaria de Educação e Cultura do Estado de Alagoas, onde chegou a ocupar a Diretoria de Difusão Cultural, e pelo SOPROBEM durante o governo de Geraldo Bulhões.

Como professora, trabalhou até 1978, quando realizou um procedimento cirúrgico para a retirada um tumor das cordas vocais.

Seu envolvimento com a agenda cultural do Estado a levou também a participar do movimento negro, onde se destacou e deu contribuições importantes, entre elas na Comissão Estadual responsável pela elaboração dos eventos do centenário da abolição da escravatura, em 1988.

Em 1997, após se desligar voluntariamente do serviço público (PDV) em um acordo, utilizou os recursos para adquirir uma casa em Pão de Açúcar, terra de sua mãe, Aurelina Alves da Cruz, e de seu irmão, o finado jornalista Teófilo Lins. Seu pai foi o pernambucano Manoel Pedro Lins.

Leda era mãe do militar e repórter cinematográfico Rodrigo Lins e avó de três netos.

Estabelecida em Pão de Açúcar, continuou sua entusiasmada jornada pela cultura emprestando sua experiência à Prefeitura do município, assumindo a Diretoria de Cultura entre 1997 e 2008. Colaborava ainda com as festividades de Bom Jesus dos Navegantes. Foi ela quem criou os corais Sagrado Coração de Jesus e Sagrado Coração de Maria.

Nos últimos meses, tendo dificuldade de locomoção e temendo a Covid-19, quase que não saía mais de casa. No máximo se arriscava a ficar sentada à porta de sua residência conversando com os amigos.

Seu corpo foi velado na igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus durante todo o dia de hoje. No final da tarde foi levado para o Cemitério de São Francisco de Assis, acompanhado de enorme cortejo de brincantes dos folguedos populares e pela Sociedade Musical Guarany.

*Com informações de Helio Fialho e de Rodrigo Lins.